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Gado morto de frio é cremado ou enterrado em MS; prejuízo estimado é de R$ 5 milhões

Até a última atualização, mais de 1,5 mil cabeças de bois e vacas morreram de frio em Mato Grosso do Sul. O número pode ser maior, de acordo com Agência Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Iagro) do estado.



A partir de recomendação técnica da Agência Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Iagro), as mais de 1,5 mil cabeças de gado mortas de frio devem ser cremadas ou enterradas em valas fundas em Mato Grosso do Sul. A comercialização dos animais é vedada, como alerta especialistas.

Para que o descarte dos animais mortos não cause danos ambientais, o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, explica que o gado morto deve ser descartado de duas formas. Em algumas propriedades, os bois e vacas já estão sendo enterrados. Assista ao vídeo mais acima.

"Neste momento o descarte dos animais deve ser pensando de forma importante. Em apenas uma fazenda morreram 380 animais. Neste locais, com maior concentração de mortes, deve ser enviada uma pá carregadeira para abrir uma vala e enterrar os animais. Se o descarte for errado pode gerar impactos ambiental e sanitário. É importante termos uma conduta técnica para o descarte dos animais", frisou o especialista.
O montante do prejuízo aos produtores rurais do estado aumentou. De acordo com novo levantamento da Iagro, a perda em reais saltou de R$ 3 milhões para aproximadamente R$ 5 milhões. Ingold afirma que os números de prejuízo financeiro e mortes podem ser ainda maiores.

"Tivemos uma mortalidade expressiva devido a inversão térmica. Tínhamos uma temperatura de 30°C que veio com sensação térmica a quase a 0ºC. O número de animais mortos e o prejuízo em dinheiro devem aumentar, acreditamos que o número de morte chegue a 2 mil cabeças mortas. Muitos produtores estão indo agora para as propriedades para verem os estragos", pontua Ingold.
O especialista comenta que não é possível precisar o tanto de toneladas de animais mortos, já que morreram desde bezerros de 110 kg a gados adultos de mais de 400 kg.
Por que os animais morrem de frio?
Daniel Ingold, explica que o gado é mais adaptável ao clima quente e a queda brusca de temperatura deixa os animais mais expostos. Ingold afirma que o número de animais mortos em Mato Grosso do Sul pode ser maior.

"O que aconteceu agora é uma inversão. Os animais que estão com o corpo quente estiveram expostos a uma temperatura muito baixa. Com umidade elevada, vento e frio, fica mais difícil dos animais resistirem", explica Ingold.
Daniel Ingold comenta que a maior parte das mortes ocorreu em locais com escassez de pasto e ausência de abrigos naturais ou até mesmo artificiais. O agravamento da hipotermia no gado também pode estar relacionado a baixo estado nutricional dos animais e pouca disponibilidade de pastos, como detalha Ingold.

"A hipotermia no gado segue a mesma explicação da hipotermia nos humanos. Os animais ficam expostos a baixas temperaturas e acabam morrendo", complementa o especialista.

O especialista faz o alerta: "de jeito nenhum os animais mortos devem ser comercializados. O animal tem que ser cremado ou enterrado".