Já no ano passado, o Estado saltou para 354,9 MW. No comparativo interanual, entre 2022 e 2023, o crescimento foi de 118,9%, ou seja, mais que dobrou, atingindo 777,2 MW neste ano.
Para o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, o crescimento da energia solar, tanto das grandes usinas quanto dos sistemas distribuídos em telhados e pequenos terrenos, fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos.
“Finalmente, o Brasil acordou para a energia solar e seus benefícios. Aproveitar uma fonte de energia limpa e barata ajuda no processo de reindustrialização do País, além de estimular a diversificação do suprimento de eletricidade, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, diz Koloszuk.
De acordo com a entidade, o Brasil acaba de ultrapassar a marca de 30 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 13,7 % da matriz elétrica do País.
Segundo Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, a fonte solar é uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País. “O crescimento da fonte solar pode acelerar ainda mais a atração de investimentos, a geração de empregos e renda e a liderança internacional do Brasil na transição energética”, comenta.
EXPANSÃO
Ampliando a diversificação de matrizes energéticas de fontes sustentáveis, Mato Grosso do Sul vive pleno desenvolvimento no setor. Roberto Hashioka, fundador da Nextron, companhia de energia sustentável aponta que o ramo para o segmento é vasto em MS, contendo enorme potencial, tanto para clientes como para investidores.
“O Centro-Oeste é uma região muito relevante para o mercado, por conta da incidência solar e do forte desempenho no agronegócio. Uma vez que a proposta é trazer sustentabilidade para essa atividade de grande importância”, destaca.
A companhia chegou a Campo Grande com o modelo de aluguel, sem a necessidade da instalação de placas no imóvel, fazendo o uso de tecnologia para conectar o usuário de forma remota a uma usina na região. Dessa forma, a adesão ao método se torna mais simples e acessível para ambos os lados da cadeia, explica o diretor da empresa.
Também no ramo de distribuição de energia limpa na Capital, mas no modelo mais difundido, onde há necessidade de criação de projeto e instalação de placa solar no imóvel, Fábio Oliveira, supervisor técnico da Blue Energy – Energia solar, no mercado desde 2019, relata que o segmento é promissor em MS, mesmo com as alterações normativas para o uso.
“O segmento de energia solar tem ainda muito a crescer, apesar das mudanças impostas pela Lei 14.300. A cobrança que foi proposta não está acumulativa com a taxa mínima, ou seja, quem já fez o projeto após a mudança da lei está pagando um valor bem acessível. No momento, paga-se apenas o mínimo, pois não houve mudança de custo mínimo mensal”, ressaltou.
Para os que querem investir, o representante da Blue Energy pontua que o método convencional ainda é rentável, uma vez que os equipamentos estão atrativos. “É um mercado sazonal, e neste momento, como o valor dos equipamentos sofreu queda, ficou muito atraente a adesão à geração distribuída de energia solar”.
TAXAÇÃO
No dia 7 de janeiro deste ano, passou a vigorar a Lei nº 14.300/2022, o Marco Legal da Microgeração e Minigeração Distribuída, conhecida como taxação da energia solar. O texto determinou a cobrança de taxa na distribuição da energia produzida a partir de painéis solares que estejam conectados à rede. Vale destacar que todos os sistemas protocolados até o dia 6 de janeiro garantiram isenção até 2045.
Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, em 4 de janeiro deste ano, as novas regras incidem sobre a geração de energia solar fotovoltaica, eólica, de centrais hidrelétricas e de biomassa. Situação que não ocorria para os micro e minigeradores até 6 de janeiro, período em que não era necessário o pagamento pela energia que é gerada a mais e inserida na rede distribuidora.
O pagamento escalonado começou em 15%, a partir deste ano; vai a 30% a partir de 2024; para 45% a partir de 2025; a partir de 2026, 60%; a 75% a partir de 2027; para 90% a partir de 2028; e a partir de 2029 as tarifas serão estabelecidas pela Aneel.