Policial

MPF investiga morte de bebê indígena de 1 ano por suspeita de desnutrição em Dourados (MS)

Além do Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União investiga a morte da criança, em uma área de ocupação, na cidade ao sul do estado.



O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul investiga a morte de um bebê indígena, de 1 ano, por suspeita de desnutrição, em uma área de ocupação em Dourados, segunda maior cidade do estado. A morte da criança foi confirmada ao g1 pelo Conselho Tutelar do município e pelo próprio MPF.

Segundo o procurador do MPF, em Dourados, Marco Delfino, o bebê indígena morreu no começo desta semana e o caso só passou a ser investigado na quarta-feira (3). A criança morava em uma área de ocupação, no Acampamento Santa Felicidade.

 

"Assim que recebemos a notícia, enviamos uma equipe a campo para checar a situação. O cenário é insalubre e completamente degradante. O nosso medo era que o cenário de desnutrição estivesse sendo repetido, entretanto, não encontramos outras crianças em situação de calamidade", detalhou o procurador do MPF.

 

De acordo com o procurador, cerca de 200 famílias moram em barracos improvisados na área de ocupação, sendo 14 famílias indígenas.

Além da equipe do Ministério Público, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (DPE) foi ao local e constatou a situação de calamidade. O g1 entrou em contato com o Conselho Tutelar da cidade, que passou a investigar o caso apenas após os questionamentos feito pelo portal.

 

"A área onde a criança morreu é composta majoritariamente composta por migrantes que vieram trabalhar em uma fábrica próxima ao acampamento. A área é grande e cheia de barracos. Vimos que o caso da criança morta por suspeita de desnutrição é isolado, mas isso não descarta a situação insalubre encontrada entre as 200 famílias no local", comentou Delfino.

 

A prefeitura de Dourados foi questionada sobre o caso e disse que todo o histórico de atendimento social da família foi repassado ao MPF. Leia a nota na íntegra:

"A família da criança é atendida pelo CRAS, que é vinculado a secretaria de Assistência Social. No assentamento Santa Felicidade há 21 famílias indígenas, incluindo a família da criança. Segundo o CRAS, a mãe da criança é cadastrada e recebe o Bolsa Família, programa do governo federal. Por meio da parceria com a Funai, a família também recebe mensalmente do CRAS uma cesta básica de alimentos. Todo histórico de atendimento à família já foi repassado ao Ministério Público Federal".

Ao g1, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) informou que solicitou a investigação do caso junto ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e MPF após lideranças religiosas denunciarem o descaso na área de ocupação.